Finanças e contabilidade podem apoiar iniciativas ESG, fazendo com que elas sejam realmente implementadas nas empresas e, mais do que isso, monitoradas e reportadas corretamente a acionistas e órgãos reguladores. Ao contrário do que muitos imaginam, a sustentabilidade hoje pode impulsionar os lucros, afastar riscos e ser o principal motor da continuidade de um negócio. Para liderar essas ações especialistas defendem o CFO como condutor estratégico.
Neste artigo, trouxemos os principais pontos sobre como as áreas de Finanças e Contabilidade podem ajudar as iniciativas ESG, confira!
Como as finanças e contabilidade podem apoiar iniciativas ESG?
Os critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) são um conjunto de padrões para o comportamento de uma empresa usado por investidores e consumidores socialmente conscientes para avaliar possíveis investimentos ou negócios, segundo define a BlackLine Magazine.
Mas transformar os conceitos ESG na realidade do dia a dia é tudo menos simples e traz consigo uma gama crescente de desafios para os negócios, como a criação de dados mensuráveis e relatórios sobre os esforços ESG apresentados por organizações e indústrias em todo o mundo. É aqui que as equipes de contabilidade entram em cena, porque no final a contabilidade se trata de coletar e relatar métricas, inclusive ESG.
Ainda de acordo com a matéria da BlackLine, o principal problema está em acompanhar a rápida evolução das métricas ESG, seus padrões e estruturas. As empresas serão desafiadas a acompanhar as demandas de divulgação que tendem a ser cada vez mais rigorosas.
A publicação diz que muitos líderes empresariais acham que a contabilidade e o CFO estão posicionados de maneira ideal para lidar com a tarefa e cita uma pesquisa da Accenture, onde 68% dos executivos disseram que a propriedade final do ESG deveria ser financeira.
Em “Como os CFOs podem gerenciar riscos de sustentabilidade e encontrar valor de longo prazo”, a Deloitte observa, “na interseção entre sustentabilidade e desempenho financeiro, o CFO está na melhor posição para definir e comunicar como a gestão de riscos ESG de uma empresa contribui para a criação de valor”.
Vin Messina, especialista em tecnologia financeira da BlackLine, defende que o CFO está acostumado a trabalhar com executivos de nível C no planejamento estratégico e sabe como se comunicar com investidores e outras partes interessadas. Já os contadores não são estranhos ao trabalho com controles, alinhamento aos padrões, compreensão do risco, manutenção da precisão dos dados e relatórios oportunos.
Riscos vs Benefícios
Ficar para trás em iniciativas ESG pode implicar em riscos críticos para uma organização. Entre eles, multas pesadas por não cumprimento de regras e critérios de divulgação estabelecidos por órgãos competentes, como a CVM, redução de juros dos investidores e de valor de mercado. Outros riscos não tão óbvios, colaboradores, parceiros de negócios e até clientes podem decidir romper laços com sua empresa.
Apesar disso, especialistas em relatórios ESG da Workiva afirmam que “66% dos tomadores de decisão seniores sentem que suas organizações não estão preparadas para cumprir suas metas ESG e mandatos de relatórios regulatórios. Além disso, 72% disseram que não se sentem confiantes nos dados atualmente sendo relatados às partes interessadas”.
Por outro lado, tomar medidas efetivas de ESG e reportá-las efetivamente pode trazer uma série de benefícios, como acesso facilitado ao capital, construção de reputação positiva, estratégias que favoreçam modelos de negócios, como a reciclagem de materiais, retenção de funcionários, entre outros.
Segundo dados Union + Webster, divulgados pela FIEP, 87% dos consumidores brasileiros preferem comprar produtos de empresas sustentáveis. Boa parte deles, inclusive, não se importa de pagar um pouco mais por essas mercadorias.
Construindo uma estratégia de liderança ESG
Tendo em vista que o CFO e a contabilidade têm total capacidade para conduzir iniciativas ESG, mais do que isso, são de fato os mais indicados para assumir a função, e que ignorar esta temática traz sérios riscos à organização, agora é a hora de traçar uma estratégia de liderança ESG. Em sua entrevista para a BlackLine Magazine, Messina defende três pilares essenciais para um líder ESG:
É imperativo construir uma conexão próxima com a liderança mais alta, trabalhar em estreita colaboração com o CEO e dar ao ESG um lugar permanente na agenda do conselho.
Reúna um grupo de trabalho ESG robusto, capaz de avaliar e aprimorar as habilidades e os recursos necessários para trabalhar em uma infinidade de tarefas e em estreita colaboração com contabilidade e finanças, a fim de verificar e atualizar dados relacionados a ESG.
Maximize a eficiência da tecnologia em parceria com a TI, novas tecnologias serão necessárias com urgência para acelerar a transição para o monitoramento e os relatórios ASG bem-sucedidos.
Não há nada mais sério do que equilibrar os livros e reportar aos investidores, portanto é natural olhar primeiro para a função de contabilidade/CFO para assumir a liderança na gestão ESG, o caminho está aberto e cabe a você dar o primeiro passo.
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