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Nova NR-1 e Saúde Mental: Como Empresas Devem se Adequar

Nova NR-1 e Saúde Mental: Como Empresas Devem se Adequar

Nos últimos anos, o tema da saúde mental no trabalho deixou de ser um mero detalhe nas estratégias corporativas para se tornar um pilar essencial da gestão empresarial. Agora, com a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), esse compromisso se torna uma obrigação legal. A partir de maio de 2025, todas as empresas precisarão avaliar e mitigar riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Mas o que isso significa na prática? E como a Governança, Riscos e Compliance (GRC) podem ajudar na adaptação a essa nova exigência?

Por que a nova NR-1 é um marco?

A atualização da NR-1 exige que as empresas incluam os riscos psicossociais – como estresse excessivo, assédio moral, sobrecarga de trabalho e falta de reconhecimento – no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Essa mudança reflete uma preocupação crescente com a relação entre trabalho e transtornos mentais, como ansiedade, depressão e burnout.

Segundo dados do Ministério da Saúde, os afastamentos por transtornos mentais cresceram 30% nos últimos cinco anos. Já um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que empresas que investem em saúde mental veem um retorno médio de US$ 4 para cada US$ 1 investido.

Ou seja, além de evitar multas e problemas legais, adaptar-se à nova NR-1 pode significar maior produtividade, menos rotatividade e um ambiente de trabalho mais saudável.

Como adaptar sua empresa? 7 passos essenciais

  1. Mapeie os riscos psicossociais Assim como ocorre com os riscos físicos e ergonômicos, os fatores psicossociais precisam ser identificados. Isso pode ser feito por meio de entrevistas, pesquisas de clima organizacional e análises de produtividade e absenteísmo.
  2. Integre a GRC à saúde mental A governança corporativa deve tratar a saúde mental como um fator estratégico, garantindo que normas e políticas internas sejam revisadas à luz da nova legislação.
  3. Treine a liderança Gestores precisam estar preparados para reconhecer sinais de esgotamento emocional e lidar com conflitos interpessoais de maneira ética e eficiente. Treinamentos periódicos são essenciais.
  4. Crie canais de apoio e denúncia Estabelecer programas de apoio psicológico e canais de denúncia anônimos para casos de assédio ou abusos pode ajudar a reduzir riscos e evitar crises internas.
  5. Revisite as cargas de trabalho Empresas que ignoram jornadas exaustivas correm maior risco de enfrentar processos trabalhistas e baixa produtividade. Políticas de flexibilização de horário e home office podem ser alternativas viáveis.
  6. Implemente métricas de monitoramento Como saber se as mudanças estão funcionando? Criar indicadores de saúde mental, como taxas de absenteísmo, satisfação dos colaboradores e turnover, é fundamental para ajustes contínuos.
  7. Documente tudo para fins de compliance As auditorias trabalhistas serão cada vez mais rigorosas nesse aspecto. Ter registros detalhados das iniciativas adotadas pode proteger a empresa de penalidades futuras.

Conclusão

A atualização da NR-1 não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade para empresas se tornarem mais sustentáveis e humanas. Negligenciar os riscos psicossociais pode resultar não só em sanções, mas também em perda de talentos, queda de produtividade e danos à reputação.

Ao integrar a saúde mental às estratégias de GRC, as empresas não só atendem à lei, mas criam um ambiente de trabalho mais saudável e competitivo. A questão agora não é se as organizações devem agir, mas sim como e com que rapidez farão isso.

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